ATA DA VIGÉSIMA PRIMEIRA REUNIÃO ORDINÁRIA DA TERCEIRA COMISSÃO REPRESENTATIVA DA DÉCIMA TERCEIRA LEGISLATURA, EM 17-12-2003.

 


Aos dezessete dias do mês de dezembro de dois mil e três, reuniu-se, no Plenário Otávio Rocha do Palácio Aloísio Filho, a Comissão Representativa da Câmara Municipal de Porto Alegre. Às nove horas e quarenta e cinco minutos, foi efetuada a segunda chamada, sendo respondida pelos Vereadores Carlos Alberto Garcia, Elói Guimarães, Ervino Besson, João Antonio Dib, Luiz Braz, Margarete Moraes, Maria Celeste, Raul Carrion, Sebastião Melo e Valdir Caetano, Titulares, e João Carlos Nedel, Não-Titular. Ainda, durante a Reunião, compareceram os Vereadores Reginaldo Pujol, Titular, e Juarez Pinheiro, Não-Titular. Constatada a existência de quórum, o Senhor Presidente declarou abertos os trabalhos e determinou a distribuição em avulsos de cópias das Atas da Décima Sexta e Décima Sétima Reuniões Ordinárias e das Atas Declaratórias da Décima Oitava e Décima Nona Reuniões Ordinárias que, juntamente com a Ata Declaratória da Décima Quinta Reunião Ordinária, deixaram de ser votadas, face à inexistência de quórum deliberativo. À MESA, foram encaminhados, pelo Vereador João Carlos Nedel, os Pedidos de Providências nos 2845, 2846, 2847, 2848, 2849, 2850, 2851, 2852, 2854, 2855, 2856, 2857, 2858, 2859, 2860, 2861, 2862, 2864, 2966, 2867, 2868, 2869, 2870, 2871, 2872, 2873, 2874, 2875, 2876, 2877, 2878, 2879, 2880, 2881, 2882, 2883, 2884, 2885, 2886, 2887, 2888, 2889, 2890, 2891, 2892, 2893, 2894, 2895, 2896, 2897, 2898, 2899, 2900, 2901, 2902, 2903, 2904, 2905, 2906, 2907, 2908, 2909, 2910, 2911, 2912, 2913, 2914, 2915, 2916, 2917, 2918, 2919, 2920, 2921, 2922, 2923, 2924, 2925, 2926, 2927, 2928 e 2929 (Processos nos 6870, 6871, 6872, 6873, 6874, 6875, 6876, 6877, 6893, 6894, 6896, 6897, 6898, 6899, 6900, 6901, 6902, 6918, 6920, 6921, 6922, 6923, 6924, 6925, 6926, 6927, 6929, 6930, 6931, 6932, 6933, 6934, 6935, 6936, 6937, 6938, 6939, 6940, 6941, 6942, 6943, 6944, 6957, 6959, 6961, 6962, 6963, 6964, 6965, 6966, 6967, 6968, 6969, 6970, 6971, 6972, 6973, 6974, 6975, 6982, 6983, 6984, 6986, 6987, 6988, 6990, 6991, 6993, 6994, 6995, 6996, 6997, 6998, 7001, 7002, 7003, 7004, 7005, 7006, 7007, 7024 e 7025, respectivamente). Do EXPEDIENTE, constaram os Ofícios nºs 10668969, 10669074, 10669082, 10669256 e 10669282/03, do Senhor Reginaldo Muniz Barreto, Diretor-Executivo do Fundo Nacional de Saúde do Ministério da Saúde. A seguir, constatada a existência de quórum, foi aprovado Requerimento verbal de autoria do Vereador João Antonio Dib, solicitando a redução, de dez para cinco minutos, do tempo destinado para pronunciamentos dos Senhores Vereadores no período de Comunicações da presente Reunião. Em COMUNICAÇÕES, o Vereador Elói Guimarães teceu considerações acerca do seguimento dos trabalhos da Casa durante o recesso parlamentar dos meses de dezembro, janeiro e fevereiro, ressaltando não haver ônus para os cofres públicos em razão das Reuniões da Comissão Representativa havidas nesses períodos. Nesse sentido, criticou o pagamento de jetons nas casas legislativas brasileiras em que são feitas convocações para os períodos de recesso parlamentar. O Vereador João Antonio Dib manifestou-se a respeito da votação do Projeto de Lei do Complementar do Executivo nº 012/03, realizada no dia quinze de dezembro do corrente, que trata da licença para mães adotivas. Também, desaprovou a manifestação de carroceiros, ocorrida ontem, no Centro da Cidade, e agradeceu aos servidores da Câmara Municipal de Porto Alegre pela atenção dispensada a Sua Excelência durante o corrente ano. A Vereadora Maria Celeste avaliou o resultado dos trabalhos da ação do trabalho da Comissão Especial para tratar do uso de bebidas alcoólicas e de drogas por menores e jovens, bem como prostituição infantil e exploração de menores em “situação de rua” na cidade de Porto Alegre, afirmando ser necessária uma ação conjunta entre os municípios da Região Metropolitana, a fim de que se combata, de maneira mais eficaz, essa problemática. O Vereador Raul Carrion, destacando a continuação dos trabalhos neste Legislativo durante o recesso parlamentar, abordou a cobrança de contribuição para o custeio da iluminação pública no Município e aludiu aos sessenta e cinco anos da Associação Rio-Grandense de Artes Plásticas Francisco Lisboa. Também, debateu os encaminhamentos em relação à possibilidade de cumprimento, nos próximos dias, de mandado judicial de reintegração de posse contra duzentas e dezesseis famílias assentadas em área de terra situada na Rua Atílio Superti. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, o Vereador Raul Carrion relatou sua participação em Reunião Conjunta da Assembléia Legislativa do Estado do Rio Grande do Sul, ocorrida ontem, quando foi discutido o reassentamento de famílias em loteamento localizado na Rua Atílio Superti. Ainda, pronunciou-se sobre acordo firmado entre o Município e a Petróleo Brasileiro Sociedade Anônima - PETROBRAS - para a recuperação do prédio do antigo cinema Capitólio. Em COMUNICAÇÕES, o Vereador Reginaldo Pujol analisou as repercussões, entre a população, da cobrança da contribuição para o custeio da iluminação pública em Porto Alegre, justificando que esse tributo foi aprovado no Congresso Nacional por acordo suprapartidário. Nesse contexto, declarou que essa proposta foi instituída por iniciativa do Governo Federal e leu o artigo 149 da Constituição Federal, que trata da instituição de contribuições sociais. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, o Vereador Reginaldo Pujol, justificando seu voto favorável à cobrança da contribuição para o custeio da iluminação pública, sustentou que atualmente essa possibilidade está embasada na Constituição Federal. Quanto ao assunto, lembrou haver necessidade de implantação desse tributo em Porto Alegre, em função de débitos que o Executivo Municipal têm com a Companhia Estadual de Energia Elétrica - CEEE. Em COMUNICAÇÕES, o Vereador Sebastião Melo debateu o Projeto de Lei do Executivo nº 042/03, que instituiu no Município de Porto Alegre contribuição para o custeio da iluminação pública, justificando sua posição favorável à aprovação dessa matéria. Nesse sentido, alegou haver incoerência por parte da Bancada do Partido Trabalhista Brasileiro nesta Casa, relativamente ao posicionamento adotado por seus integrantes na votação desse Projeto de Lei. O Vereador Luiz Braz referiu-se à votação do Projeto de Lei do Executivo nº 042/03, realizada ontem neste Legislativo, que instituiu no Município de Porto Alegre contribuição para o custeio da iluminação pública, enfocando particularmente o artigo 150 da Constituição Federal, que trata das vedações da cobrança de tributos. Nesse contexto, discorreu a respeito da criação dessa contribuição, contrapondo-se à sua implantação no Município. O Vereador João Carlos Nedel reportou-se ao discurso do Vereador Sebastião Melo, realizado no período de Comunicações, contestando declarações de Sua Excelência no referente à nota publicada na imprensa pelo Diretório Metropolitano do Partido Progressista sobre a cobrança da contribuição para o custeio da iluminação pública. Ainda, justificou que a Companhia Estadual de Energia Elétrica – CEEE - não necessita de complementação de arrecadação em Porto Alegre. O Vereador Juarez Pinheiro abordou a aprovação do Projeto de Lei do Legislativo nº 093/02, que dispõe sobre o direito à privacidade dos usuários do serviço de telefonia no Município de Porto Alegre, no que tange ao recebimento de ofertas de produtos e serviços por telefone, questionando a decisão do Procurador-Geral da Justiça Substituto, Antônio Carlos de Avelar Bastos, que argüiu a inconstitucionalidade dessa matéria. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, a Vereadora Margarete Moraes noticiou reunião da Bancada do Partido dos Trabalhadores realizada ontem, na qual o Vereador Carlos Pestana foi escolhido como Líder dessa Bancada para o ano de dois mil e quatro. Ainda, posicionou-se favoravelmente à implementação de contribuição para o custeio da iluminação pública no Município de Porto Alegre, contestando a maneira como a imprensa abordou essa questão. O Vereador Elói Guimarães esclareceu declarações feitas por Sua Excelência, em debate promovido ontem pelo apresentador de televisão Bibo Nunes, em relação ao Projeto de Lei do Executivo nº 042/03, que instituiu no Município de Porto Alegre contribuição para o custeio da iluminação pública. Também, mencionou acordo firmado pelas Bancadas do PTB, PT, PP e PL para definir a distribuição de responsabilidades para os cargos diretivos deste Legislativo. O Vereador Luiz Braz reafirmou a inconstitucionalidade da contribuição para o custeio de iluminação pública, destacando que a dívida do Município com a Companhia Estadual de Energia Elétrica - CEEE, apontada como fato gerador desse tributo, juntamente com gastos normais de iluminação da Cidade, é anterior ao Projeto de Lei aprovado pela Casa, o que infringe o disposto no artigo 150 da Constituição Federal. O Vereador Sebastião Melo referiu-se ao pronunciamento efetuado hoje pelo Vereador Luiz Braz, em Comunicação de Líder, questionando as razões pelas quais Sua Excelência não participou da votação, nesta Casa, do Projeto de Lei do Executivo nº 042/03, que instituiu no Município de Porto Alegre contribuição para o custeio da iluminação pública. Ainda, discorreu sobre os motivos pelos quais acompanhou posição do PMDB, favorável à aprovação desse Projeto. O Vereador João Carlos Nedel, ressaltando que seu Partido é favorável à instituição da contribuição para o custeio de iluminação pública em cidades que não possuem níveis suficientes de arrecadação, declarou que o Diretório Metropolitano do PP divulgou nota contrária à cobrança desse tributo em Porto Alegre, tendo em vista os recursos arrecadados pela Cidade, por meio de impostos municipais e de retorno de impostos federais. Às onze horas e vinte e seis minutos, constatada a inexistência de quórum, o Senhor Presidente declarou encerrados os trabalhos, convocando os Senhores Vereadores Titulares para a Reunião Ordinária de amanhã, à hora regimental. Os trabalhos foram presididos pelos Vereadores João Antonio Dib e Maria Celeste e secretariados pela Vereadora Maria Celeste. Do que eu, Maria Celeste, 1ª Secretária, determinei fosse lavrada a presente Ata que, após lida e aprovada, será assinada pelos Senhores Vereadores presentes.

 

 


O SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): Passamos às

 

COMUNICAÇÕES

 

Este Presidente sugere que o período de Comunicações, para cada Vereador, no dia de hoje, seja de 05 minutos, e solicita a votação dessa sugestão.

 

(Após breve votação, o tempo fica estipulado em 05 minutos.)

 

O Ver. Elói Guimarães está com a palavra em Comunicações.

 

O SR. ELÓI GUIMARÃES: Sr. Presidente, Srs. Vereadores. O Ver. Valdir Caetano passou por mim e me perguntou: “Nós não estamos em recesso”? Então, é exatamente apropriado que se coloque que o período de recesso não são férias - é bom que se diga isso principalmente à população. E nós temos debatido essa questão do recesso nas Casas Legislativas, porque o que é o recesso, Sr. Presidente, Srs. Vereadores? A Câmara, a Instituição continua funcionando, bem como os gabinetes, com as suas atividades. O Parlamentar se envolve com várias atividades, e nós, especificamente, aqui na Câmara Municipal de Porto Alegre, temos o que se chama Comissão Representativa, que funciona durante todo o período do recesso, qual seja, de 15 de dezembro até 15 de fevereiro, às quartas e quintas-feiras. E se vota, se discutem matérias do interesse da população, do interesse das comunidades. E na Câmara Municipal de Porto Alegre, em grande parte dos legislativos brasileiros, não se tem o chamado pagamento extra. Acho que temos de rejeitar, repugnar e, inclusive, sugerir à Assembléia Legislativa do Estado do Rio Grande do Sul, e de resto, ao Congresso Nacional, que eliminem os pagamentos extras, Ver.ª Maria Celeste, porque o Parlamentar já percebe por todo o ano, tem os seus subsídios estabelecidos na Lei. Então, não se justifica, na minha opinião, que haja um pagamento extra pelo fato de o Parlamentar ser convocado durante o recesso. O que tem de terminar no Brasil, e essa me parece que é uma opinião quase que generalizada, é os ganhos extras, mas manter o recesso, sim. Não é de agora; eu defendo esse ponto de vista de longa data, porque recesso não são férias. Embutem-se as férias no recesso? Sim, afinal, convenhamos, o Parlamentar, como qualquer outra pessoa, também precisa de um período para descansar face aos desgastes naturais que tem. Então, o que temos de fazer no Brasil, do Oiapoque ao Chuí? Exatamente acabar com os subsídios e verbas extras. Isso não tem sentido. Agora, não tirar esses períodos necessários para que o Vereador ou o Deputado, o Senador, vá as suas bases conversar com as comunidades, visitar, etc. Isso é fundamental, é necessário, porque a atividade parlamentar, Ver. Ervino Besson, não se exerce só no plenário. Claro que esse é o ponto alto do Parlamento, é quando se decide, é o fórum principal do Parlamento, mas, nos gabinetes, nas áreas administrativas da Casa, a produção político-legislativa está-se fazendo. São pessoas que estão nos procurando nos gabinetes para os encaminhamentos, são orientações daqui e dali, dessa ou daquela forma. Nós temos de acabar com os demagogos, porque há muitos demagogos por aí, Ver.ª Margarete Moraes, futura Presidenta da Casa, que entram com projetinhos para acabar com o recesso. Mas, muitas vezes, se vocês procurarem a estatística de comparecimento desses demagogos, vocês vão ver que eles muito pouco vêm aos parlamentos, pouco vêm às plenárias; podem até estar em seus gabinetes, podem até estar trabalhando, mas pouco vêm ao plenário. Então, eu acho que a grande orientação é mantermos o recesso, termos a coragem de defender o recesso - termos a coragem! - e tirar esses recursos extras, porque esses não têm sentido. O Parlamentar já tem o seu subsídio e, como tal, não necessita, não se justifica qualquer pagamento extra. Mas tirar esse período em que o Parlamentar aproveita para n atividades, inclusive para fazer o seu descanso, o que é natural. Isso me parece, na maioria das vezes, demagogia. Na maioria das vezes é demagogia!

Portanto, fica aqui, Presidente, essa nossa manifestação para dizer que hoje, dia 17 de dezembro, Ver. Sebastião Melo, estamos no recesso e estão aqui os Vereadores, estão os Vereadores aí pelos gabinetes. É oportuna essa colocação para mostrar que, efetivamente, as Câmaras, as Casas Legislativas continuam funcionando no recesso. Obrigado, Presidente.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): O Ver. Ervino Besson está com a palavra em Comunicações. (Pausa.) Desiste.

 

(A Ver.ª Maria Celeste assume a presidência dos trabalhos.)

 

A SRA. PRESIDENTA (Maria Celeste): O Ver. João Antonio Dib está com a palavra em Comunicações.

 

O SR. JOÃO ANTONIO DIB: Sra. Presidenta, Verª Maria Celeste, senhoras e senhores Vereadores, hoje é a primeira Sessão da Comissão Representativa. Provavelmente haja outra amanhã. Mas eu gostaria de usar a palavra por cinco minutos, eis que eu tenho inscrição para isso, para dizer, em primeiro lugar, que eu votei, nessa segunda-feira, contrariamente – e fui o único voto contrário – a uma proposta do Executivo, que tratava da licença para mãe adotiva. Poderia parecer alguma coisa diferente, maldosa até, algum Vereador ser contrário à mãe adotiva. Não, eu votei contrariamente, porque, no tempo em que fui Prefeito, fez-se o Estatuto dos Servidores Municipais, e a mãe adotiva tinha licença de 120 dias; isso muito antes da Constituição, muito antes de qualquer outra medida, já que o Governo Federal, apenas neste ano, deu licença para a mãe adotiva. Então, como foi reduzido o período de licença, eu entendi que deveria votar contrariamente.

Mas eu também gostaria de falar sobre o que ocorreu ontem nesta Cidade com as carroças. A "capital mundial da carroça", como tantas vezes eu disse nesta tribuna, é Porto Alegre, a única cidade no mundo onde o número de carroças cresceu, e cresceu de forma incrível, estimulado pela administração da Prefeitura. O espetáculo que foi visto no Centro da Cidade, ontem, foi muito triste, muito triste mesmo, porque não se pode entender que os carroceiros tenham tomado conta da Prefeitura. Eu até me lembrei que, quando Prefeito, houve um aumento de gasolina, e os táxis rodearam a Prefeitura em fila dupla e tripla, até, impedindo o trânsito, e subiram porque queriam falar com o Prefeito. O Prefeito João Dib esperou na escada e disse: “Dez minutos, e o táxi que estiver depois de dez minutos está deslotado”. Cinco minutos depois não tinha mais nenhum, mas tinha de ter autoridade, e a Prefeitura perdeu a autoridade, quando estimulou as carroças. Estimulou o uso das carroças. Houve um Prefeito, que é candidato a Prefeito de novo, agora, que foi ao exterior dizer que a coleta seletiva do lixo se resolvia em Porto Alegre por causa da carroça. Estimularam e agora não sabem liquidar o monstro. Com medidas mal tomadas, acontecem coisas como essas que aconteceram ontem: os carroceiros tomaram conta do Centro da Cidade. O horror que ficou lá depois da saída deles dá para dizer que a medida do Prefeito só foi tomada sob pressão mesmo, sob as ondas de mau cheiro que os animais deixaram na Praça Montevidéu e no entorno.

A mesma coisa fizeram com os camelôs. E o Ver. Adeli Sell fica desesperado tentando resolver o problema de mercadorias contrabandeadas, mercadorias sem nota, sem as devidas condições legais. A Prefeitura estimulou o número de camelôs, criou condições para que se multiplicassem várias vezes o número de camelôs e agora não sabe o que fazer. As mercadorias são contrabandeadas mesmo, as mercadorias não possuem nota, são ilegais, e pior, não é um problema social, não, porque alguns deles trabalham de comum acordo. Todos os dias estão achando os depósitos e esses não são de um ou de dois só. Se não existisse essa sanha da Prefeitura de colocar mais gente nas ruas, para criar problemas para o próprio comércio, que paga ICMS e que dá retorno para a Prefeitura, nós não teríamos o problema que hoje temos e que o Secretário Adeli Sell não consegue resolver.

Estimularam os monstros, criaram os monstros, e eu hoje fico triste, porque a Porto Alegre que nós amamos está muito malcuidada.

Mas não quero encerrar, Sra. Presidenta - talvez passando alguns segundos -, sem deixar aqui o meu agradecimento profundo a todos os servidores da Câmara Municipal pela atenção que me deram neste ano de presidência da Câmara Municipal. Quero desejar a eles um Natal muito feliz, um Ano Novo muito feliz, mas, sobretudo, em todos os dias, muita saúde e paz!

(Não revisto pelo orador.)

 

(O Sr. Presidente João Antonio Dib reassume a presidência dos trabalhos.)

 

O SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): A Ver.ª Margarete Moraes está com a palavra em Comunicações. (Pausa.) Desiste. A Ver.ª Maria Celeste está com a palavra em Comunicações.

 

A SRA. MARIA CELESTE: Sr. Presidente, Ver. João Antonio Dib; Sras. Vereadores e Srs. Vereadores, neste período de Comunicações da 1ª Reunião da Comissão Representativa, eu gostaria de fazer, publicamente, uma vez que, por questões regimentais, não pude fazer durante o período legislativo deste ano, uma rápida avaliação e reflexão sobre o trabalho que nós desenvolvemos na Comissão Especial constituída para tratar do uso de bebidas alcoólicas e drogas, da exploração sexual e da situação de rua de crianças e adolescentes na Cidade de Porto Alegre. Essa Comissão teve como Presidente o Ver. Carlos Alberto Garcia e como Vice-Presidente, o Ver. Ervino Besson. A esta Vereadora coube a Relatoria dos trabalhos da Comissão.

Nós iniciamos os trabalhos dessa Comissão no dia 1º de setembro e tínhamos o tempo de apenas três meses para montar uma proposta de trabalho. A Comissão optou por que se fizesse um diagnóstico da situação real da infância na Cidade de Porto Alegre, com propostas de encaminhamentos e com a possibilidade de indicativos de ações não só ao Executivo Municipal, mas a todas as entidades e órgãos da Cidade que trabalham com a questão da infância.

Percebemos, ao longo desse período, que o tempo foi muito curto, porque, ao entregarmos o Relatório e votá-lo na Comissão, constatamos que todo o trabalho que fizemos até aquele momento foi muito na direção de montar o diagnóstico, de propor ações, mas que, efetivamente, na prática, não conseguimos avançar para além das proposições apresentadas internamente.

Iniciamos, com um cronograma de ações, com a proposta de poder estarmos fazendo um grande seminário de debates; uma grande campanha na Cidade de Porto Alegre e também uma intervenção do resultado desse Relatório, em nível federal, atuando junto à Bancada no Congresso Nacional, dos nossos Deputados e Senadores, para que houvesse também algumas intervenções necessárias na questão legislativa referente à infância e à juventude. Essa Comissão pôde, então, montar um diagnóstico a partir do que se constatou in loco, como uma visita que nós fizemos ao Viaduto Imperatriz Dona Leopoldina, em uma noite, na Cidade de Porto Alegre, e podemos constatar ali não só a presença de adolescentes embaixo daquele viaduto, mas a presença de adolescentes vivendo com a população adulta, meninas adolescentes. Ficamos extremamente impressionados, das sete adolescentes daquele Viaduto, quatro estavam grávidas naquela ocasião. Começamos a trabalhar fortemente junto às entidades da Cidade, procurando levantar um diagnóstico sobre essa real situação. Naquela noite também nos preocupou um dado que a FASC tem apontado para nós, que o Conselho Municipal das Crianças e do Adolescente tem apontado e que parece despercebido, mas que foi muito contundente por estarmos naquela noite lá, encontramos adolescentes oriundos de outras cidades, adolescentes de fora da Cidade de Porto Alegre.

Percebemos, então, a necessidade de uma intervenção não só no Município de Porto Alegre, frente a essa situação, mas a necessidade de uma intervenção em nível de Grande Porto Alegre. Podemos, então, fazer um trabalho, em uma das reuniões, chamando as Câmaras Municipais da Grande Porto Alegre, de sete cidades, que iniciaram um trabalho conjuntamente, as cidades de Alvorada, Viamão, Cachoeirinha, Esteio, Canoas, Porto Alegre. São cidades que estão montando um projeto; naquela ocasião montavam um projeto para fazer, efetivamente, um combate à situação da exploração sexual e a situação da infância que vive na rua em nossa Cidade.

Esse trabalho, que teve um apoio do BNDES e teve a participação da Câmara de Municipal de Porto Alegre e das Câmaras destas Cidades, já iniciou esse trabalho, já foram assinados os convênios e vai então haver uma ação muito mais efetiva em nível de Grande Porto Alegre, no combate a esse problema tão sério para nossa infância em nossa Cidade.

Lamentavelmente, nosso tempo é curto, mas, certamente, no próximo período de Comunicações, estarei complementando essa parte do relatório final que faltou. Os Vereadores dessa Comissão, no próximo ano legislativo, entregarão esse relatório a todas as entidades e também vão propor a continuidade desse trabalho aqui na Câmara Municipal. Muito obrigada, Sr. Presidente.

 

(Não revisto pela oradora.)

 

O SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): O Ver. Raul Carrion está com a palavra em Comunicações.

 

O SR. RAUL CARRION: Sr. Presidente, Sras. Vereadoras e Srs. Vereadores, todos que nos assistem aqui e nas suas casas, em primeiro lugar, queria também endossar as palavras do Ver. Elói Guimarães de que esta Casa é um exemplo no sentido da operosidade parlamentar, seja no período do recesso, que alguns identificam como férias, e, principalmente, o que vale para todos, mas um Vereador como eu, de um Bancada unitária, necessariamente, em todos os recessos, somos membros da Comissão Representativa. Quando conseguimos tirar, durante um ano, 10 dias, 15 dias, Ver. Elói, pela sobrecarga que temos de trabalho, nos damos por satisfeitos. E, realmente, há muita demagogia em cima dessa questão.

Mas também existe, Ver. Elói, muita demagogia em torno de outras questões, o que eu gostaria de chamar a atenção aqui também, só de passagem.

Um dos temas sobre os quais têm havido muita demagogia é sobre a questão da cobrança da Taxa de Luz em Porto Alegre. Não é o seu caso, pois V. Exa. teve um comportamento e votou contra, mas um comportamento digno, entendendo que são questões de definições políticas. Mas alguns outros, não. Esquecem que os seus Partidos assinaram, no Congresso Nacional, com os seus presidentes, as suas lideranças, e aprovaram, no ano passado, a possibilidade da Taxa de Luz para todas as Prefeituras do País diante das dívidas acumuladas. E, mais do que isso, nos Municípios que hoje dirigem, aprovaram a Taxa de Luz! E depois vêm aqui em Porto Alegre fazer demagogia! Isso é demagogia barata!

Então, queria chamar a atenção para isso. Às vezes, alguns órgãos da imprensa se prestam a esse papel também. A demagogia anda solta. A demagogia, Ver. Ervino, é a incoerência; é dizer uma coisa e fazer outra; fazer uma coisa e, depois, para o público externo, fazer de conta que tem outra atitude. Mas eu creio que parece que, na votação, prevaleceu ou não a demagogia, mas a posição responsável diante das necessidades do nosso povo.

Quero fazer também uma rápida referência ao fato de que estivemos, na noite de ontem, numa importante celebração, que foi a festa dos 65 anos da Associação Chico Lisboa de Artes Plásticas; uma entidade que tem uma história belíssima. Lá estava também a Ver.ª Margarete Moraes, sempre presente nas atividades culturais, ex-Secretária, e é uma entidade – eu conversava com a Ver.ª Margarete – que teve entre os seus fundadores, grandes nomes, como Vasco Prado, Carlos Scliar, Guido Mondim - que foi o primeiro Presidente - e que, há 65 anos, procura valorizar e divulgar a arte no nosso Estado.

Quero, por fim, tratar da reunião que tivemos, ontem pela manhã; uma Reunião Conjunta da Comissão de Cidadania e Direitos Humanos da Assembléia Legislativa, presidida pelo Ver. Estilac Xavier, da Subcomissão Especial de Habitação da Assembléia, presidida pelo Deputado Vieira da Cunha, que foi uma reunião solicitada por mim, Presidente da CUTHAB, já no dia 10 de dezembro, logo após a reunião que tivemos com a Juíza da 3ª Vara Cível de Porto Alegre, que tratou da questão da reintegração de posse, já deliberada pelo Tribunal de Justiça, sobre as 216 famílias que hoje ocupam as moradias do PAR - Programa de Arrendamento Residencial - da Rua Atílio Superti. Nós estamos, há 11 meses nessa luta para encontrar uma solução harmoniosa que evite uma reintegração pela força. Já conseguimos avanços significativos, e todos recordam, o Ver. Luiz Braz deve recordar de quando veio aqui a comunidade, passaram-se onze meses, Vereador, e nós, desde aquele dia, não passamos sequer um dia sem procurar resolver o problema, um problema difícil, inclusive houve a ocupação de uma área para onde outras famílias estavam destinadas, e devo dizer que há avanços importantes. O primeiro, 103 famílias estão asseguradas com a sua manutenção no próprio local da habitação, desde que elas tenham recursos financeiros para a contratação do PAR.

Sr. Presidente, sei que V. Exa. é rígido no horário, portanto vou pedir o meu tempo de Liderança para concluir esta importante manifestação.

 

O SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): O Ver. Raul Carrion está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. RAUL CARRION: O nosso Presidente também foi parte importante em determinados documentos que encaminhamos à Justiça para assegurar a manutenção das famílias. Temos a solução de até 103 famílias no próprio local, as que ultrapassarem as 103 - porque não pode passar esse número, porque 103 famílias já estavam cadastradas e inscritas anteriormente - a Caixa também aceita a sua colocação em outros empreendimentos do tipo PAR, desde que possam contratar.

As outras famílias que são o grande problema. Onde colocá-las e evitar o despejo? Nesse sentido, a Caixa já assegura que destinará a essas mais de 100 famílias, que podem ser excedentes, 6 mil reais para cada uma, desde que haja um lote urbanizado. E aqui está o problema. Gostaria de pedir o apoio dos Vereadores que são da base de apoio do Governo do Estado para tentarmos a solução. Acontece que houve um entendimento de que o Governo do Estado entraria com a área, e o Município com a infra-estrutura - primeiro emergencial e depois por meio do Orçamento Participativo, as demais demandas. Ocorre que o Município encaminhou cinco áreas de possíveis desapropriações, e o Estado ficou de examinar a possibilidade de compra dessas áreas ou de apresentar alguma área alternativa. E o Estado apresentou uma área, em Belém Novo; dentro de uma gleba de 55 hectares, o Estado disponibilizou seis. Só que essa área foi considerada inadequada pelo Município, o que gerou o impasse. Temos cerca de 600 mil reais da Caixa Econômica Federal para as casas, temos o que envolverá em torno de 500 mil reais para a infra-estrutura. E nos faltam, Ver. Elói Guimarães, 3 hectares - que é compromisso do Estado. Então, nós, no dia de ontem, apresentamos a seguinte alternativa: primeiro, que o Estado examine a hipótese de comprar uma gleba, seriam menos de 150 mil reais - o que estaria muito aquém da contribuição do Município e do Governo Federal.

Segunda hipótese - e até aproveito para mostrar para os Vereadores e para a própria televisão -, a gleba disponibilizada, de 6 hectares, está dentro de uma área maior de 55 hectares, aqui mostrada neste mapa.

 

(Mostra o mapa.)

 

Então, que o Estado disponibilize para que a Prefeitura escolha esse equivalente de 3 hectares, no máximo, para situar essas famílias. Então, eu creio que é possível uma solução.

E, por fim, deixamos a proposta de que a Assembléia marcasse uma audiência com o Sr. Governador para que haja uma decisão política que evite que, às vésperas do Natal, haja um despejo nesta Cidade, depois de um esforço, de uma luta que envolveu diversos órgãos públicos, durante 11 meses, para encontrar uma solução. A solução existe, seria uma falência do Estado brasileiro que entre Município, Estado e União, Ver. Elói Guimarães, nós não consigamos uma solução para cerca de 100 famílias. Por isso, hoje à tarde, teremos, na 3ª Vara Cível, mais uma audiência com a Juíza e com todas as partes interessadas, e esperamos lá chegar já com a data marcada dessa reunião com o Sr. Governador para que haja uma decisão positiva do Governo do Estado. E com essa parceria com o Município e com a União, nós consigamos resolver definitivamente esse problema.

Nos segundos que me restam, queria também fazer referência que, nessa segunda-feira, estivemos presentes num ato simbólico importante: foi a assinatura de uma parceria entre o Município e a Petrobras para obtenção de recursos para recuperação definitiva do Cinema Capitólio. Também foi um trabalho da nossa Secretária, que lá esteve, com relação a essa questão que se arrasta há alguns anos. A Petrobras irá proporcionar um milhão e 600 mil reais para a recuperação. Ali será uma cinemateca; será um resgate da história do cinema gaúcho, que tanto tem-se desenvolvido nos últimos anos. Então, temos tido, digamos, novidades auspiciosas, em Porto Alegre, fruto de um trabalho sério da Prefeitura de Porto Alegre, da Frente Popular, que, ao contrário de alguns, que parecem que vivem em outro planeta, querem desconhecer e não querem enxergar a realidade do nosso Município. Muito obrigado.

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): O Ver. Reginaldo Pujol está com a palavra em Comunicações.

 

O SR. REGINALDO PUJOL: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, eu aprendi aqui na Casa, com uma pessoa pela qual eu tenho muito respeito, que voto não se justifica, não se explica; a gente dá os votos, toma as decisões e o faz dentro das circunstâncias que assim determinaram. A pessoa com quem eu aprendi essa lapidar colocação é o nosso decano Ver. Pedro Américo Leal, que lamentavelmente não está aqui no momento; eu gostaria de homenageá-lo.

De certa maneira, vejam o paradoxo: o Ver. Raul Carrion, Líder do PCdoB aqui na Casa, já enfocou o assunto que eu pretendo enfocar, pelo ângulo que eu julgo oportuno ser colocado. Eu vejo algumas pessoas informadas por uma leitura rápida dos veículos de comunicação, entenderem que nós, os Vereadores desta Casa, instituímos mais um tributo na Cidade de Porto Alegre, que é a Contribuição de Iluminação Pública. Ledo engano! Todos nós sabemos que essa contribuição foi por um movimento nacional, suprapartidário, que desembocou em Brasília com a pressão dos Prefeitos de cerca de dois mil Municípios brasileiros que, em 2002, obtiveram do Congresso Nacional uma decisão unânime, colocando na Constituição Federal um artigo novo que expressamente previa a Contribuição de Iluminação Pública, no artigo 149-A, que vigora desde aquela ocasião, promulgado que foi pelo grande Presidente da República Fernando Henrique Cardoso.

 

(Aparte anti-regimental do Ver. Raul Carrion.)

 

Começam as minhas discordâncias, com o Ver. Raul Carrion. O artigo 149-A, da Constituição Federal, alterado por uma decisão unânime do Congresso Nacional - da qual o meu Partido, o Partido do Ver. Raul Carrion, o Partido da Ver.ª Margarete Moraes, o do Ver. Ervino Besson, o do Ver. Luiz Braz, o do Ver. Nedel, o do Ver. Elói Guimarães e, por conseqüência, o do Ver. Dib e o da Ver.ª Maria Celeste participaram - tem a seguinte redação: “Os Municípios e o Distrito Federal poderão instituir contribuição, na forma das respectivas leis, para o custeio do serviço de iluminação pública, observado o disposto no art. 150, I e III, § único: É facultada a cobrança da contribuição a que se refere o caput, na fatura de consumo de energia elétrica”. Mais expresso do que isso não precisa.

Além disso, a Lei de Responsabilidade Fiscal, introduzida neste País pelo grande Ministro da Fazenda Pedro Malan, para que as entidades e os entes federativos não se sentissem exclusados do cumprimento daquelas obrigações de gestão fiscal responsável, Ver. João Carlos Nedel, no seu art. 11, estabelece que (Lê.): “Constituem requisitos essenciais da responsabilidade na gestão fiscal a instituição, previsão e efetiva arrecadação de todos os tributos da competência constitucional do ente da federação”.

Ora, sinto-me compelido, Ver. Dib, a dizer, neste momento, que precisamos dar um esclarecimento para a opinião pública. Quem instituiu esse tributo foi o Governo da União, foi o Congresso Nacional. Quem propôs as taxas, os percentuais a serem definidos foi o Governo do Município.

A nós, Vereadores, cabia dispor sobre um Projeto. Se não houvéssemos aprovado a Contribuição na Cidade, ele continuaria a não existir, mas o Município continuaria com a obrigação de instituí-la. O que nos cabia era dispor sobre essa matéria, e buscamos fazê-lo com a maior responsabilidade.

Além do mais, Sr. Presidente, sabemos, e o Ver. Dib ainda me lembrava, há poucos dias, que no seu governo, quando ele foi Prefeito desta Cidade... Sr. Presidente, solicito que me conceda o tempo de Comunicação de Líder.

 

O SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): Vossa Excelência tem a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. REGINALDO PUJOL: Obrigado. Então, o Ver. Dib me lembrava que, quando ele era Prefeito, eu era seu Secretário, e buscamos instituir a Taxa de Iluminação Pública aqui no Município de Porto Alegre.

Na ocasião, era inconstitucional porque não havia a previsão constitucional que agora há.

Então, não se diga que há mudança de coerência porque em ocasiões anteriores houve Vereadores que se manifestaram contra e agora se manifestam a favor; é porque a situação mudou por inteiro. Hoje a Constituição Federal impõe, inclusive, até sobre responsabilidade dos gestores municipais a introdução e a imposição dessa contribuição de melhoria.

O Ver. Elói Guimarães era Relator da matéria, acho que se discutia a inconstitucionalidade, na ocasião. Eu era da tese que era inconstitucional e Vossa Excelência era da tese de que era constitucional por causa da competência do Município, certo? Nós entendíamos que, da forma como era colocado, não era. Agora, eu acho que na Constituição Federal se escreveu até em demasia sobre essa matéria, porque até se previu matéria de convênio, relações administrativas entre entes federativos, Ver. Sebastião Melo.

Ver. Sebastião Melo, já que o vejo aqui, sinto-me na necessidade de fazer um comentário. O Ver. Sebastião Melo foi meu parceiro num trabalho que considero extremamente relevante. Eu jamais iria me jactar de ter tido uma posição, nesta Casa, com relação à matéria, de realismo, e muito competente, Ver. Sebastião. Afinal de contas, não foi o meu Governo que caloteou a CEEE; não foram os meus governos que levaram à situação de insustentabilidade em que se encontra esse relacionamento tensionado entre Prefeitura e CEEE. Com a Prefeitura acertando no Governo Olívio Dutra o pagamento de 78 milhões de reais para a CEEE, pagando dois meses e depois parando de pagar, não foi o meu governo que deixou de receber durante todo esse ano, os valores relativos ao consumo da iluminação pública na cidade de Porto Alegre, que já beiram a 20 milhões de reais. Eu até sou, tenho dito claramente, em brincadeira com Vossa Excelência, “filho enjeitado” do Governo Germano Rigotto. O meu Partido não tem nenhuma Secretaria de Estado, não tem nenhuma responsabilidade objetiva por este Governo, tem uma presença absolutamente, Ver. Elói Guimarães, emblemática. O nosso grande vulto Deputado Germano Bonow foi homenageado com uma colocação no BRDE para dizer que o PFL não está de fora, mas nós, Dr. Luiz Eurico Vallandro, não temos nenhum poder de comando neste Governo.

Então, não digam que o Ver. Reginaldo Pujol votou pressionado pelo Governo do Estado porque, em ocasiões anteriores, quando tive posição diferente, participava do Governo mesmo, tinha Secretaria de Estado e coisas dessa ordem.

O que eu senti foi a realidade. O Ver. Sebastião Melo, sutil como é, percebeu muito cedo que tinha se construído uma maioria nesta Casa em favor da instituição da Contribuição de Iluminação Pública.

Então, construída essa maioria, o que há de se fazer? Há que se arredondar esse Projeto e, Ver. Sebastião Melo, Vossa Excelência pode dizer para a população de Porto Alegre que irá pagar 50% do que pagaria pela CIP, não fosse a nossa intervenção. Diga que Vossa Excelência tem razão! Uma das nossas Emendas esclarece claramente que não ocorrerá a bitributação, que somente o consumo da energia, efetivamente medido, será a base para a incidência da CIP, que deveria ser 3,5% e que nós, compreendendo o momento atual do País, reduzimos para 2,5%. Como, aliás, fomos mais longe, engessamos, no bom sentido, esse Projeto do ponto de que, contabilmente, os recursos carreados pela CIP não terão outra utilização senão o pagamento da energia já consumida no passado e não paga, da consumida a partir desse momento e daquela que vier a ser consumida.

Está absolutamente seguro de que esse regime de calote e de chantagem permanente que a CEEE tem vivido nesses últimos tempos, em que, responsável e heroicamente, não corta a luz de Porto Alegre, porque senão criaria um caos! É, sim! A CEEE, ao longo do tempo, tem suportado esses calotes todos. Então, não compreender essa realidade é fechar os olhos para uma circunstância que a Cidade de Porto Alegre tem vivido nos últimos anos. Permitam-me os representantes do Governo do Município aqui na Câmara dizer o seguinte: não foi o Governo do Ver. Sebastião Melo, nem o Governo do Ver. Reginaldo Pujol, nem o do Ver. João Carlos Nedel que caloteou a CEEE, que vêm caloteando a CEEE. É lógico que, politicamente, eu acho que ficaria muito mais bonito Vereador, nós irmos lá para as ruas de Porto Alegre, na Vila Restinga, Belém Novo, dizer: “Olhem, nós votamos contra”. Ora, herói morto só em filme americano. Eu sou velho o suficiente para saber que na busca do ótimo a gente perde o bom. Assumo responsavelmente: votei favoravelmente e procurei melhorar, o máximo que pude, esse Projeto. E tive um grande aliado nesse trabalho, o Ver. Sebastião Melo, a quem eu presto as homenagens.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): O Ver. Sebastião Melo está com a palavra em Comunicações.

 

O SR. SEBASTIÃO MELO: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, Sra. Ver.ª Margarete Moraes, Sra. Verª Maria Celeste, Ver. Reginaldo Pujol, eu quero, com maturidade, com firmeza, Ver. Juarez Pinheiro, fazer uma análise dessa questão. Eu penso que coerência a gente tem de trabalhar por inteiro, não pela metade. Não pela metade! O PTB, nacionalmente, por intermédio do seu Presidente nacional, falecido, foi lá, defendeu em Plenário e assinou um documento a favor da contribuição, assim como o Partido do Ver. João Carlos Nedel. Mas o Partido do Ver. João Carlos Nedel, aqui no Rio Grande do Sul, instituiu em 110 Prefeituras a Contribuição de Iluminação Pública - dados fornecidos pela FAMURS.

O PTB é tão coerente que apoiou o Antonio Britto e agora leva os cargos do Governo do Estado. É de uma coerência extraordinária! Apoiou o Britto para ser Governador do Estado e vai buscar cargo no Governo Rigotto e depois vem fazer demagogia aqui no Plenário. O PTB é tão coerente que negociou aqui a Diretoria Administrativa da Casa, a Diretoria de Atividades Complementares, com salário de sete mil e quinhentos reais, negociou o GAPLAN, que é o Gabinete de Planejamento, com o PT, para fazer parte da Mesa e vem falar em coerência! “Vamos devagar com o andor porque o santo é de barro”! Eu não quero entrar nessa briga torto! Mas eu estou achando que o Ver. Cassiá Carpes deve hoje pedir uma audiência com o Governador Rigotto para pedir a exoneração dos cargos que ele pediu para indicar na Secretaria do Trabalho! Eu tenho a relação no meu gabinete!

Vamos devagar! Não venha querer surfar na onda da facilidade!

Eu quero dizer que nós votamos essa questão por orientação partidária e do Governo do Estado, agora, são coisas sui generis. O Líder da Bancada do PP votou favoravelmente à Taxa de Iluminação Pública e a Bancada coloca uma nota pública dizendo que é contra! Mas, Ver. Pujol, o Líder da Bancada do PP votou favorável. E a Bancada emitiu uma nota.

 

(Aparte anti-regimental do Ver. João Carlos Nedel.)

 

V. Exa. tem de se entender com o Secretário de Comunicações, Valdir Andres, que faz parte do Governo do Estado, com o seu Diretor Maciel, que é Diretor da CEEE também. O senhor faz parte deste Governo ou não faz?

 

(Aparte anti-regimental do Ver. João Carlos Nedel.)

 

Eu quero dizer que eu sou dos cargos e dos encargos. E eu não vou deixar rebaixar esse debate, querer passar a patrola e dizer que alguém, aqui, tem coerência e outros não têm coerência.

 

(Aparte anti-regimental do Ver. João Carlos Nedel.)

 

Então, V. Exa. deveria dizer isso para as 110 prefeituras que V. Exa. representa. O senhor instituiu a taxa! Ou por acaso o PP da Fronteira Oeste é outro, o de Porto Alegre é outro, e o nacional é outro?

Fazendo essa preliminar para nós nivelarmos o debate, para não parecer que tem alguém aqui que é o “Joãozinho do passo certo” e os outros estão errados, então, não vou falar mais disso se eu não for instado para isso. Agora, quero dizer que o Ver. Pujol disse muito bem. Há uma dívida de 78 milhões no Banrisul e esse Projeto vai permitir, sim, essa renegociação. Há uma dívida de 18 milhões, sim, com a CEEE, não-paga pela Prefeitura Municipal. É preciso dizer que quem mandou o Projeto foi a Prefeitura; não foi de autoria de nenhum Vereador desta Casa. A nós, Ver. Juarez, coube melhorar o Projeto. Poderíamos rejeitá-lo, mas a Casa entendeu, e eu quero dizer que eu assumo o meu voto na sua inteireza – não vou surfar na facilidade. Quero debater, sim.

Acho que um dos fatores da Segurança Pública é a questão da iluminação pública. Portanto, acho que a Prefeitura, na medida em que não paga a CEEE, na medida em que tem uma dívida de 78 milhões no Banrisul e mais os 18 milhões, isso tem proibido a CEEE de estender a rede de iluminação pública. Isso é real, é verdadeiro. Quero dizer que votei por orientação do meu Partido e do Governo, do qual o PTB e o PPB são base de sustentação. Quero dizer que eu cumpri com os encargos do meu Governo, não fiquei só com os cargos do Governo, e, por isso, votei favoravelmente. Muito obrigado.

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): O Ver. Valdir Caetano está com a palavra em Comunicações. (Pausa.) Ausente. O Ver. Ervino Besson está com a palavra em Comunicações. (Pausa.) Desiste. O Ver. Luiz Braz está com a palavra em Comunicações.

 

O SR. LUIZ BRAZ: Sr. Presidente, Sras. Vereadoras e Srs. Vereadores, senhoras e senhores, eu não quero sentenciar nenhum dos Vereadores pelo voto dado em favor da taxa de iluminação. Eu resolvi não votar, muito embora o meu Partido tenha pressionado para que eu desse o voto favorável, porque eu sabia que precisavam conseguir 17 votos para a aprovação. Eu tenho a impressão, Ver. Juarez Pinheiro, de que esta legislação que esta Casa fez pode ser derrubada, até com alguma facilidade, por meio da Justiça, porque ela vai contra aquilo que diz a Constituição.

Ver. João Carlos Nedel, a Constituição, no art. 149-A, diz (Lê.): “Os Municípios e o Distrito Federal poderão instituir contribuição, na forma das respectivas leis, para o custeio do serviço de iluminação pública, observado o disposto no art. 150, I e III”. O art. 150, inciso III, Ver. Elói Guimarães, diz (Lê.): “Cobrar tributos: a) em relação a fatos geradores ocorridos antes do início da vigência da lei que os houver instituído ou aumentado”. Ora, é fartamente noticiado que essa contribuição foi criada para que o Município pudesse arcar com o ônus da dívida em relação à CEEE. Diz o Município que, se não fosse criada a taxa de iluminação, não poderia pagar a dívida com a CEEE. Nós fomos até a CEEE e ficamos sabendo que, realmente, a CEEE tem uma necessidade muito grande de receber esse dinheiro da dívida. Eu tenho minhas dúvidas se o Município, realmente, não poderia pagá-la.

Ver. João Carlos Nedel, a dívida contraída é um fato gerador passado, é um fato gerador ocorrido antes da votação da legislação que permite o desconto nas contas de luz dessa contribuição. Ora, se realmente o Município vai utilizar qualquer dinheiro para poder abater essa dívida que existe, eu acredito que está completamente inconstitucional a nossa legislação. Então eu penso o seguinte: ou a CEEE perdoa totalmente a dívida do Município e começa a valer daqui para frente - aí nós estamos dentro da Constituição, dentro daquilo que diz o artigo 149-A e 150, III da Constituição -, ou a CEEE, de acordo com as suas necessidades, continua cobrando a dívida, porque ela diz que, se não cobrar essa dívida, terá dificuldade, inclusive, para sua manutenção. Então, ela vai continuar cobrando essa dívida; o Município instituiu essa contribuição para pagar essa dívida, só que contraria aquilo que diz a Constituição: é um fato gerador passado. E diz a Constituição que um dos argumentos pelos quais nós não podemos instituir essa contribuição é exatamente para arcar com o ônus de fatos geradores passados.

Então, eu sei que já estão entrando ações, eu não sei, inclusive, Ver. Elói Guimarães, quais são os fundamentos das ações que estão dando entrada neste exato instante para poder acabar com essa legislação que foi feita aqui na Casa. Eu acredito que existem argumentos, e esse é um deles, devem existir outros, sobre essa legislação que foi feita na Câmara de Vereadores, que eu acredito que foi absurda, pelo meu modo de pensar. Eu não estou criticando nenhum dos Vereadores que deu o seu voto. Eu disse, desde o início, que jamais votaria qualquer tipo de aumento de tributos para os contribuintes, e foi exatamente o que eu fiz. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): O Ver. João Carlos Nedel está com a palavra em Comunicações.

 

O SR. JOÃO CARLOS NEDEL: Sr. Presidente, Srs. Vereadores e Sras. Vereadoras, o Ver. Sebastião Melo veio a esta tribuna e disse algumas inverdades. Disse que a minha Bancada emitiu nota; a minha Bancada não emitiu nenhuma nota à imprensa, quem emitiu nota – eu ouvi falar – foi o Diretório Metropolitano do meu Partido. A minha Bancada não teve nenhuma interferência, essa é a verdade.

Ele disse que o meu Partido colocou a Taxa de Iluminação em 110 municípios, porque o meu Partido está em 174 prefeituras no Rio Grande do Sul. Nós sempre dissemos aqui, e somos coerentes com tudo o que dizemos, que, em cidades pequenas, no interior do Estado, e cidades médias, que não têm grande escala de arrecadação e que não têm outra alternativa de arrecadação de impostos para pagar a Taxa de Iluminação, nós somos a favor, sim, da taxa, porque não há outra alternativa.

Acontece que Porto Alegre, a Capital do Estado, é totalmente diferente. E eu sou Vereador de Porto Alegre e é em Porto Alegre que tenho de me ater. Porto Alegre, com um orçamento de 2 bilhões de reais, com aproximadamente 500 a 600 mil propriedades que pagam um IPTU elevadíssimo, com cerca de 80 a 100 mil inscritos no ISSQN, que pagam uma alíquota de 5% sobre o faturamento, uma alíquota exorbitante, que recebe o maior retorno de ICMS do Rio Grande do Sul – claro, é a maior Cidade –, tem só de retorno, por exemplo, do ICMS sobre a conta de luz, que é de 25%, que a CEEE repassa, em torno de 16 a 17 milhões por mês, capaz de pagar, aproximadamente, quinze vezes a conta de iluminação pública da CEEE. Essa é a verdade! Porto Alegre é diferente.

Esta Câmara aprovou um empréstimo de 22 milhões de reais do Reluz para a Iluminação Pública, a custo subsidiado. Então, Porto Alegre é diferente, Porto Alegre não precisa cobrar a Taxa de Iluminação Pública, porque tem recursos, porque tem arrecadação, porque tem orçamento.

A Prefeitura, efetivamente, não está pagando a conta desde janeiro. E não paga de propósito, para fazer pressão sobre esta Câmara - e eu estou usando essa palavra, pressão, mas poderia usar uma palavra mais forte. Não pagou, porque não quer. Pagou toda a conta mensal de iluminação para o Governo Olívio Dutra; e para o Governo Rigotto não quer pagar.

O Ver. Sebastião Mello defendeu durante todo o ano aqui a sua posição contrária à Taxa de Iluminação Pública, e, tristemente, veio aqui e votou a favor. Então, eu lamento que V. Exa. venha aqui ofender os outros.

O nosso Líder liberou a Bancada, porque ele, o Ver. Pedro Américo Leal, tem a certeza de que iluminação pública é segurança. Nós também entendemos que é segurança, só que pode fazer a segurança, porque a Prefeitura tem recursos, tem orçamento e recebe da própria CEEE quinze vezes mais, mensalmente, do que a conta de iluminação pública.

A Prefeitura não paga porque não quer. Ela fez pressão, sim! Fez pressão sobre o PMDB, do Vereador Sebastião Melo, e, lamentavelmente, ele cedeu às pressões, votando contra o povo de Porto Alegre.

O meu Partido defende o povo de Porto Alegre. Não quis e não quer cobrar mais tributos, mais impostos, porque cerca de 40% da renda das pessoas são carreadas para impostos. Chega de excesso de impostos! O povo não agüenta mais!

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): O Ver. Juarez Pinheiro está com a palavra em Comunicações.

 

O SR. JUAREZ PINHEIRO: Srs. Vereadores, eu não estou aqui usando o tempo de Liderança do Partido dos Trabalhadores, e o assunto que eu falo não foi discutido com a Bancada do meu Partido, ele é de inteira responsabilidade deste Vereador. Nós aprovamos aqui, com apoio unânime dos Vereadores presentes, Ver. Sebastião Melo, uma legislação que foi vanguarda na ampliação do conceito de defesa do consumidor, que repercutiu não só aqui em Porto Alegre, mas em todo o País, estabelecendo um debate, e repercutiu, Ver. Luiz Braz, por incrível que pareça, inclusive, nos Estados Unidos. A matéria que aprovamos aqui na Câmara de Vereadores foi publicada em jornais de Miami. Nós conseguimos, aqui, aprovar uma legislação que dava efetividade a um princípio constitucional, o da defesa da privacidade das pessoas no que tange ao recebimento de ligações, ofertando produtos ou serviços para a venda via telefone. Essa legislação, depois de aprovada, e com Decreto do Prefeito, fez com que na sala da Presidência - o Ver. João Antonio Dib inclusive compareceu a uma reunião - reuníssemos as duas operadoras que funcionam aqui em Porto Alegre em telefonia fixa - Brasil Telecom e GVT - e a Associação Brasileira de Telemarketing, e conseguimos fazer um acordo. Consensuamos, Ver. Sebastião Melo, uma forma de operar esse sistema que ia entrar em vigor a partir de amanhã, ou seja, a partir de quinta-feira, o porto-alegrense que não desejasse receber ofertas de produtos ou serviços poderia se inscrever num cadastro especial, e as empresas que fazem o telemarketing ficariam impedidas de ligar para essas pessoas.

Ver. Sebastião Melo, não é culpa de V. Exa., mas foi uma escolha do seu Governador. Por incrível que pareça, o Procurador-Geral da Justiça Substituto, sem consultar a Câmara de Vereadores - veja bem Ver. Luiz Braz, não estou criticando a decisão judicial do Desembargador, estou falando do Chefe do Ministério Público e não estou falando, Ver. Sebastião Melo, do Ministério Público, estou falando de quem o dirige secundariamente -, esse cidadão, que no dia anterior, por meio de seu órgão, tinha uma publicação comemorando o Dia do Ministério Público, e dizendo que o Ministério Público tem de defender os consumidores, a cidadania, a população, argüiu uma inconstitucionalidade da Lei, de forma patética, sob o ponto de vista jurídico. Mas, pior do que isso - isso é discutível, posso estar errado, e ele certo -, sem ouvir o setor econômico, sem ser provocado o setor econômico, se colocou ao lado setor econômico, sem saber, inclusive, que o setor econômico concordava com a Lei. O Ver. João Dib é testemunha, participou de reuniões em que vinham pessoas de Curitiba, porque a GVT tem sede nacional em Curitiba; hoje, viriam pessoas de Brasília, viriam pessoas de São Paulo, o Presidente Nacional da ABT para o lançamento nacional. E esse Procurador-Substituto, Ver. Sebastião Melo, sem ouvir ninguém, sem perguntar se a Lei era boa ou se era ruim, se ela defendia os consumidores, se cumpria com os desígnios do Ministério Público, sozinho, porque o processo não tem demanda de nenhuma empresa, colocou-se contra a destinação do Ministério Público. Procurador-Geral da Justiça Substituto - não foi o Dr. Bandeira, que é o Procurador-Geral, logicamente que ele deveria ter corrigido o equívoco do seu Vice -, argüiu uma inconstitucionalidade indo de encontro, indo contra a cidadania, porque essa legislação, se o Ver. Luiz Braz, por exemplo, não se importa de receber ligações, ele não iria inscrever-se no cadastro e iria continuar recebendo as ligações. Mas esse Procurador, completamente descolado da vida, contra a realidade, sem falar com os setores econômicos, sem falar com os órgãos de defesa do consumidor, argüiu a inconstitucionalidade.

Eu quero dizer, Ver. João Dib, que eu respeito muito as decisões judiciais. Perdi uma recentemente, que era a questão dos blocos partidários. O mesmo juiz, Ver. Luiz Braz, que me havia concedido uma liminar, e que Vossa Excelência, brincando, disse que só faltava a ele uma estrelinha do PT, esse juiz me negou a liminar que nós propusemos com relação à CPI da Saúde, entendendo que, na CPI, não cabem blocos partidários, e eu me curvo à decisão do magistrado, afinal de contas, ele está lá para dizer o que é direito; essa eu respeito. Eu respeito, Ver. Sebastião Melo, até a decisão do Desembargador que acolheu a argüição de inconstitucionalidade, mas eu repudio a ação do Ministério Público, não como instituição, mas pela sua direção, e faço isso publicamente. Vou fazer, hoje, uma coletiva chamando a atenção para o absurdo que é o Ministério Público virar as costas para que ele tem de defender, pelo seu Procurador-Geral Substituto. Ele que fosse se informar melhor e não fizesse coisas de gabinete. O Ministério Público fica com essa nódoa, com essa marca de missa de réquiem, de virar as costas para a população, para a cidadania; não para os seus Promotores, que são dignos.

Concluo, Sr. Presidente, dizendo que, se esse Procurador-Geral tivesse passado pela Coordenadoria de Defesa Comunitária, encontraria lá Promotores dignos, honrados e corretos que não deixariam que essa ADIn tivesse sido proposta. Infelizmente, essa é a realidade.

Eu tenho muitas tristezas, acabei de relatar uma para o Ver. João Dib, também, da nossa Procuradoria da Casa, mas a vida é feita de alegrias e de tristezas. Hoje é dia de missa de réquiem do Ministério Público devido ao seu Procurador-Geral de Justiça. Muito obrigado.

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): Anuncio mais dois Pedidos de Providências do Ver. João Carlos Nedel.

A Ver.ª Margarete Moraes está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

A SRA. MARGARETE MORAES: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, na condição de Vice-Líder do Partido dos Trabalhadores, gostaria de comunicar à Cidade, comunicar a esta Casa também, que ontem fizemos uma reunião de Bancada e, por unanimidade, elegemos o companheiro Carlos Pestana como novo Líder da nossa Bancada, do nosso Governo nesta Casa. Por sua trajetória, por suas qualidades pessoais, por ser, há muito tempo do quadro partidário, Pestana foi aclamado, por unanimidade, ontem.

Neste momento quero fazer, em nome dos meus companheiros e companheiras, uma manifestação de apreço e de reconhecimento, de profunda admiração por esse jovem militante, nosso companheiro Ver. Marcelo Danéris, que exerceu a Liderança com muito talento, muito rigor, respeito, muita autoridade, principalmente por sua capacidade de diálogo - uma das funções desta Casa - com todos os setores e com a Oposição nesta Casa. Ao companheiro Marcelo Danéris o nosso apreço, o nosso reconhecimento, a nossa admiração.

Sobre a questão da Taxa de Iluminação, setores da imprensa colocam as Vereadoras e os Vereadores que votaram a favor como bandidas e bandidos. Quero dizer que concordo, neste ponto, com o Ver. Sebastião Melo, que nós, da Bancada do Partido dos Trabalhadores, há quinze anos assumimos todos os cargos e encargos, os bônus e os ônus do que significa ser Governo, com muita responsabilidade, querendo bem gerir esta Cidade. Somos também homens e mulheres de Partido que assumem decisões coletivas e compartilhadas e que procuram uma coerência do Legislativo, do Executivo e da questão partidária. Existem decisões federais em relação a isso, que envolvem todos os Partidos, que são aplicadas em cidades do interior do Rio Grande do Sul - e o Ver. Nereu D'Avila fala que são cidades que arrecadam menos, e é verdade, mas também são cidades que têm menos demandas e menos necessidades. É evidente que Porto Alegre tem uma dimensão muito maior, mas, por isso mesmo, tem outras necessidades.

Nós temos de pensar no bom funcionamento das instituições, no fortalecimento do Executivo Municipal, Estadual e Federal, sempre com coerência. Portanto, essa questão nós defendemos, mantivemos o voto e temos orgulho do nosso voto. Não há que ser simpático e agradar a todos sempre. Nós definimos essa questão e mantivemos a nossa posição. É esse o posicionamento da Bancada do Partido dos Trabalhadores e da Frente Popular. Muito obrigada.

 

(Não revisto pela oradora.)

 

O SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): O Ver. Elói Guimarães está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. ELÓI GUIMARÃES: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, dizia ontem o Ver. Juarez Pinheiro num debate que fazia no Programa, concorridíssimo, do Bibo Nunes, que não surfaria nas ondas da facilidade do momento, referindo-se, evidentemente, à repercussão sobre a Contribuição de Iluminação Pública. Mas é preciso que se balize também determinadas intervenções, e penso que o Vereador - brilhante Vereador, Líder -, Sebastião Melo utilizou-se, imoderadamente, dos meios legítimos que possui para produzir um debate consentâneo, um debate específico sobre a matéria em discussão. Aprendi, na minha vida forense, que se fala nos autos. Isso deve servir também como lição para a própria vida parlamentar. O que está em debate é a Contribuição de Iluminação Pública. Expus aqui, ontem, os fundamentos que determinaram a minha posição, que, aliás, sustento há alguns anos. No passado fui o relator - vejam bem! - da Taxa de Iluminação Pública, e fundamentei a questão da inconstitucionalidade, que, a meu juízo, hoje, desaparece - estou fazendo esta afirmação aqui. Da questão da inconstitucionalidade que havia, parece-me, até prova em contrário, desapareceu o fundamento.

De qualquer forma, eu gostaria de dizer ao Ver. Sebastião Melo que o acordo firmado entre as Bancadas do PTB, do PT, do PP e do Partido do Ver. Valdir Caetano foi feito à luz desta Casa, à luz clara e inconfundível desta Casa, em que as questões foram dispostas com absoluta dignidade, em que se distribuíram - e não poderia ser diferente - as responsabilidades para as altas obrigações que a Casa tem nas suas diferentes áreas e diretorias. O acordo é absolutamente correto, público, aberto.

Eu não gostaria de ver - e nós temos de parar, até para que a Oposição mostre alguma competência, que lhe está faltando - insinuarem, aqui, infidelidades ao Governo Germano Rigotto. É um grande Governo; o Governador é um homem que está fazendo um esforço imenso para tirar o Estado de uma situação de absoluta precarização. Não há isso, absolutamente não; nós somos Governo no Estado e lá cumprimos à risca os compromissos assumidos. Agora, pegarem todas essas questões e jogarem-nas, todas, num balaio, é um balaio de caranguejos! Vai ser muito difícil nós nos entendermos dessa forma. O que nós temos de fazer é exatamente aceitarmos o resultado do que aconteceu, porque é a democracia; isso só existe na democracia, quando o povo toma a sua posição, os meios de comunicação tomam a sua posição. E, portanto, quem votou a favor, o fez pelas razões que já expôs; quem não compareceu, também; quem votou contra, entendeu assim de fazer. Nós todos sabemos das dificuldades dos Vereadores que votaram a favor, cumprindo determinação partidária. Essa é uma questão muito complexa. Agora, não se pode começar a se empunhar uma metralhadora giratória e começar a atirar, porque aí vai-se penalizar, vai-se cometer injustiças.

Eu acho que o debate tem que ser trazido a sua proporção, ao seu espaço, que são, exatamente, as razões motivadoras por que decidimos, E, afinal de contas, a Casa, a Câmara, na sua maioria esmagadora - esmagadora -, que decidiu pela Contribuição de Iluminação Pública, ao que nós colocamos, claramente, dois fundamentos: reconhecendo as dificuldades enfrentadas pelo Estado, as dificuldades enfrentadas pela CEEE, as dificuldades enfrentadas também pelo Município - nós reconhecemos isso. Agora, nós temos que aprender a aceitar os desafios; nós temos de aprender - eu não digo perder ou ganhar, ninguém ganha e ninguém perde. A vida, a todo o momento, Ver. Sebastião Melo – V. Exa., que é um brilhante Vereador e fará uma carreira brilhante -, tem de compreender que a vida é feita desses desafios, desses dissabores, não derrota, mas desses resultados que nem sempre atendem àquilo que nos achamos que deveria atender.

Então, eu coloco nesses termos, Presidente, e encerro para dizer que nós não podemos estar misturando e atirando no que vimos e no que não vimos, porque isso termina ferindo essas boas relações que os nossos Partidos têm. Nós temos de ser comedidos, examinar a espécie e, a partir daí, consertar a nossa lógica para que a população compreenda, efetivamente, as nossas posições e os nossos votos. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): O Ver. Luiz Braz está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. LUIZ BRAZ: Sr. Presidente, Sras. Vereadoras e Srs. Vereadores, eu vou voltar a falar desse tema da contribuição. Nós falávamos sobre a inconstitucionalidade e que se baseava, exatamente, no art. 150, III, que proíbe fatos geradores passados.

Então, pode, de repente, alguém dizer assim: “Não, mas ela vai ser instituída sobre fato gerador presente, porque é sobre a conta de luz atual que será o fato gerador, o quanto se vai gastar com energia”. Só que, Ver. Sebastião Melo, imagine V. Exa., que é advogado brilhante, o seguinte: eu leio hoje nos jornais - e não só hoje, mas também no passado - que essa contribuição seria instituída para poder pagar a dívida do Município com a CEEE. Está lá. Hoje, no Jornal do Comércio, haverá uma frase cheia do Ver. Marcelo Danéris, dizendo exatamente isso.

Ora, se eu estou instituindo uma contribuição que já é para pagar a dívida que foi realizada, que já está concretizada, que já está feita, então, eu vou ter de fazer uma cobrança um pouco maior do que a que é necessária, e a contribuição deveria ser, exatamente, para pagar aquilo que seria o gasto normal com a iluminação pública.

Mas eu não posso fazer só para pagar esse gasto, agora, porque eu tenho de fazê-lo maior para poder pagar o passado. E, aí, eu vou ferir um outro artigo constitucional que diz o seguinte: que é proibido o confisco. Porque, se eu estou fazendo uma cobrança maior do que a necessária - ora, o que é uma taxa, gente? Eu coloco um serviço à disposição, esse serviço, na verdade, é rateado por todas aquelas pessoas que usam o serviço para pagar o preço do serviço! Não é para dar lucro para a Administração, não é para que a Administração possa enriquecer, possa pegar aquele dinheiro e pagar outras coisas. A Taxa de Iluminação Pública, a Contribuição de Iluminação Pública tem exatamente o sentido de pagar o serviço. Ora, se eu não estou pagando o serviço simplesmente, o serviço atual, se eu estou, arrecadando para pagar a dívida passada, então eu acredito que nós estamos diante de uma inconstitucionalidade e, mais uma vez, Vereador Nedel, nós, que sempre fomos contrários à cobrança dessa Contribuição, sempre fomos contrários a que esse tributo pudesse ser instituído, acreditamos que, se nós não conseguimos aqui neste plenário...

Eu, mais uma vez repito, não quero acusar nenhum companheiro que votou favoravelmente à taxa de ter cometido qualquer ato contrário a sua consciência, todos aqueles que votaram, votaram exatamente, porque a sua consciência mandou que assim o fizessem. Mas eu quero dizer que se nós não conseguimos frear essa fúria tributária - que V. Exa. escreveu no seu papel, quando nós estávamos juntos, uma frase que continha exatamente as palavras: "fúria tributária” -, se nós não conseguimos conter essa fúria tributária, eu acredito que o Judiciário vai realmente ser o instrumento pelo qual a nossa população não vai receber esse presente grego, agora, no apagar da luzes deste ano legislativo. Eu acredito que não poderia ter acontecido dessa forma, mas, se aconteceu aqui na Câmara, se a vontade da maioria foi essa, eu acho que o Judiciário vai realmente dizer que nós cometemos um equívoco, que nós cometemos um erro, que nós legislamos de maneira contrária à Constituição.

Por isso mesmo a população vai poder respirar um pouco mais aliviada, não pagando essa demasia na sua conta de luz.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): O Ver. Sebastião Melo está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. SEBASTIÃO MELO: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, Sra. Vereadora. Eu quero lamentar que o Ver. Braz, por ter, com certeza, outros compromissos muitos mais importantes que o Plenário da Câmara, não tenha participado da votação aqui, porque podia ter contribuído muito. Eu vim para esta tribuna algumas vezes e gostaria de ter ouvido o Ver. Luiz Braz nessa posição, mas aqui no plenário. Com certeza, ele deve ter tido outros compromissos muito mais importantes, mas preciso registrar isso aqui, senão fica complicado o jogo. Quer dizer, não participa da votação e depois diz que é contrário. Eu fui favorável e sustentei por que era favorável, mas respeito, evidentemente; apenas estou colocando uma posição para reflexão.

Agora eu, Ver. Elói Guimarães, aceito a sua provocação, V. Exa. sabe que sou duro sem perder a ternura. Eu, na verdade, gosto do debate acalorado, não me enveredo pelo lado da individualidade. Eu aprendi, desde cedo, quando era militante do velho MDB, dos movimentos estudantis, o seguinte: acusações a gente não faz em público e pede desculpas, em particular. Então, portanto, aqui foram assacadas algumas questões, por exemplo, de que eram uma medida sorrateira - pelo Líder da Bancada de V. Exa., não foi V. Exa. quem disse isso -, no apagar das luzes, e por aí afora. Então, quem fala o que quer ouve o que não quer. Então, portanto, não se faz acusações em público e pede-se desculpas em particular, Vereador-Presidente. Eu não vim para esta tribuna fazer essas declarações porque quis, mas porque fui instado a elas de maneira, eu diria, levianas, porque nunca discuti voto de Colega Vereador nesta Casa.

Eu já disse: eu muito mais, Ver. Marcelo Danéris, perdi aqui, do ponto de vista das minhas posições, e nunca desci desta tribuna, e a Bancada de V. Exa. é testemunha disso. Eu nunca fui de dedo em riste a ninguém cobrar, dizer: “Por que isso, por que aquilo?” Não. Nunca fiz isso, por quê? Porque eu acho que, na verdade, nós temos, primeiro, um Partido político, e eu votei aqui pelo Partido político que me honra muito. Meu Partido tomou um indicativo, sou um homem de Partido, tenho 25 anos de vida partidária, fui Presidente do PMDB por cinco anos consecutivos, discuti exaustivamente com o Presidente do Partido, com a Executiva do Partido e em parceria com o Governo do Estado, sim, que eu ajudei a eleger, com responsabilidade. Com muito orgulho fiz o Governador Rigotto, fui parceiro dessa luta. Então, eu não tomei uma decisão fácil de dizer que vou ficar contra tudo e contra todos, para surfar na facilidade. O meu Partido decidiu, eu votei e quero dividir com o meu Partido essa responsabilidade. Com isso não quero entrar na seara de nenhum outro Partido. Estou dizendo que a decisão que tomamos foi do Partido e eu fui cumpridor.

Agora, Ver. João Carlos Nedel, é mais grave do que eu pensava o caso de Vossa Excelência. O seu Líder votou favorável; a Bancada não emitiu nota, mas pelo que eu conheço do Regimento do Partido, o Diretório Municipal do Partido é a sua instância maior. Quer dizer, a Bancada foi contra a nota, o Diretório Municipal colocou uma nota contra a iluminação pública, e o Líder da Bancada votou favoravelmente. Então, é uma salada de fruta, e eu não entendo mais nada. Mas, tudo bem! Eu só tenho de registrar isso, porque o Líder vota favorável, a Bancada diz que não emitiu nota e o Diretório Municipal emitiu uma nota contrária ao aumento da Contribuição. Mas, tudo bem, tudo legal e regimental!

Eu queria utilizar esse tempo, Ver, Marcelo Danéris - e com certeza, vou ter mais tempo, num outro momento – para saudar V. Exa. que, brilhantemente, cumpriu aqui o seu papel de Líder. Sabe que, muitas vezes, tivemos aqui extraordinárias discussões, mas quero dizer que tenho um carinho muito especial por V. Exa. Pode ter certeza absoluta. Quero dizer que o povo desta Cidade vai fazer justiça: V. Exa. vai voltar para cá muito bem votado. Como Vereador titular desta Casa, cumpriu uma bela missão. Perde este Plenário, perde a Casa. Que bom se nós pudéssemos encontrar um caminho para que V. Exa. continuasse aqui no ano que vem; mas, infelizmente, a regra do jogo não é essa. Então, até abril, V. Exa. estará conosco, mas voltará pelos braços do povo a esta Casa. E quero cumprimentar o Ver. Carlos Pestana que também é uma figura com quem nós estamos convivendo aqui já há um bom tempo, sei que vai conduzir também, nessa boa discussão, nessa boa luta, mas, fundamentalmente, a V. Exa. os meus cumprimentos pelo desempenho, Vereador de primeiro mandato como eu. Portanto, assumiu a liderança do Governo, fez com brilhantismo, com lealdade, com firmeza. Enfrentamos sempre, no campo da coletividade, e nunca nos enfrentamos na individualidade, pelo contrário, temos uma relação que qualifica, cada vez mais, pela postura de V. Exa. Nós, da Oposição, também com as nossas posições, mas sempre preservando as relações pessoais, porque isso qualifica a vida política de um Parlamento, de um Partido político.

Portanto, Presidente, eu queria dizer, Ver. Elói Guimarães, que nós queremos caminhar nesse bom debate. Quero dizer que fui levado a essa condição por tudo isso que eu lhe disse; portanto, nós queremos continuar essa discussão num bom nível, num bom debate, mas, por favor, vamos respeitar as individualidades, especialmente partidárias, e a nossa posição foi uma posição partidária. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): O Ver. João Carlos Nedel está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. JOÃO CARLOS NEDEL: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, mais uma vez, o nosso Partido, o Partido Progressista, foi citado pelo Ver. Sebastião Melo e eu gostaria de, mais uma vez, tentar explicar a ele e à sociedade a posição do nosso Partido. Repito, o nosso Partido é a favor da taxa de iluminação em cidades que não têm escala de arrecadação. Escala. Não tem quantidade de contribuintes suficientes que não lhe permitam pagar a conta da iluminação pública, sem constituir essa Contribuição de Iluminação Pública. Então, para as cidades pequenas e médias, repito: as que não têm escala, somos a favor. Para Porto Alegre somos contra, porque Porto Alegre tem escala, mantém, realmente, o que o Ver. Luiz Braz disse aqui: uma fúria fiscal, há muito tempo. Nós pagamos o ISSQN a 5%; nós pagamos o Imposto de Transmissão de Bens e Imóveis a 3%, a avaliação é a mais elevada; nós pagamos o IPTU, e as pessoas estão recebendo o seu IPTU já nas suas residências, elevado. Nós temos o maior retorno do ICMS, porque, efetivamente, as maiores empresas contribuintes do ICMS estão aqui em Porto Alegre. Então, para Porto Alegre, não há necessidade de cobrar essa taxa de iluminação, que é mais um componente da eterna fúria fiscal que acontece neste Município.

Com relação ao meu Partido, em Porto Alegre, o meu Partido, o Diretório Metropolitano da Capital, por intermédio do seu Presidente Túlio Macedo, lançou uma nota dizendo não ser favorável à cobrança em Porto Alegre da Contribuição de Iluminação Pública. Nosso Líder, Ver. Pedro Américo Leal, liberou a Bancada para que a Bancada votasse de acordo com a sua consciência. Nós somos um Partido democrático, não fechamos a questão sobre isso, e o Ver. Pedro Américo Leal é muito sincero em suas posições. Ele é um defensor da Segurança Pública e acha que iluminação pública é sinônimo de segurança, e de fato é. Mas o Ver. Beto Moesch, o Ver. João Dib e este Vereador, achamos que a Prefeitura tem recursos para fazer uma iluminação pública adequada, moderna e constante. Há recursos suficientes. Nós aprovamos o empréstimo do Reluz, de 22 milhões de reais, aqui.

Portanto, Ver. Sebastião Melo, a Bancada foi coerente com a posição que sempre defendeu, e não votou contra o povo de Porto Alegre, que já está cansado dessa fúria fiscal, que faz com que aproximadamente 40% de toda a sua renda seja destinada para impostos.

Somos coerentes com o que pensa o Partido, a favor do desenvolvimento, a favor do investimento na geração produtiva de novos empregos, de renda e também de impostos, sim.

Para concluir, gostaria de convidar a todos os Vereadores, todos os funcionários para a nossa Missa de Natal, que se realiza nas dependências da Câmara, talvez, na nossa Capela Ecumênica, hoje, às 16horas. Estão todos convidados para a nossa Missa Festiva de Natal.

Aproveito para desejar a todos um Feliz Natal, um ótimo 2004. Que todos tenhamos muita saúde, muita paz, muita felicidade, sempre cumprindo os caminhos do Evangelho, que prevê que todos tenham muito amor. Obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): Não há mais inscritos.

Estão encerrados os trabalhos da presente Sessão.

 

(Encerra­-se a Reunião às 11h26min.)

 

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